terça-feira, 31 de janeiro de 2012

palavras II

É impressionante como elas são,
muitas vezes surgem sem nossa permissão.
Aparecem sem qualquer imposição
ou necessidade de experssão.

Quando proferidas nos fazem escravos
inevitavelmente geram consequências,
por vezes nos fazendo pesar a consciência.

Pela manhã a expulsamos de nós
à tarde seus resquícios ainda se fazem presente.
Quando chega a noite num instante,
retorna embalada por uma certa voz.

De alguma forma somos vítimas das palavras
afetos, pensamentos, sonhos...
resignados por sua construção... palavras

pensador

se eu fosse um escritor
lhe escreveria um romance
um daqueles best sellers
com dedicatória em seu nome.
se fosse um biológo
daria o seu nome
para o animal mais lindo que descobrisse.
mas acho que o que sou mesmo
é pensador
pois não faço outra coisa senão,
pensar em ti.

se fosse engenheiro
construiria uma ponte entre duas ilhas
e daria o seu nome a ela.
se fosse sushimen
um temaki eu lhe inventaria
com as coisas que você mais adora
seu paladar agradaria
mas acho que o que sou mesmo
é pensador
pois não faço outra coisa senão,
pensar em ti.

se fosse escultor
uma estátua sua esculpiria
para deixar gravado em pedra
cada traço de sua beleza.
se fosse compositor
uma música lhe faria
para destacar suas maiores qualidades
e ao mundo dissiparia.
mas acho que o que sou mesmo
é pensador
pois não faço outra coisa senão,
pensar em ti.

se fosse viajante
as mais belas coisas do mundo lhe traria
buscaria em cada cidade uma jóia
e você presentearia.
se fosse poeta
o mais lindo verso lhe escreveria
para você guardar com carinho
a mais linda poesia.
mas acho que o que sou mesmo
é pensador
pois não faço outra coisa senão,
pensar em ti.

amanhã

Estou ao lado da mulher mais linda.
A mais linda deste meu mundo.
Nesta noite.
E amanhã já não serei mais nada.
Tudo o que vivemos.
Tudo o que passamos,
por essa noite.
Amanhã, amanhã,
serei apenas mais uma falsa lembrança,
daquelas que você lembra,
mas não sabe de onde.
Serei apenas parte de um passado inválido.
Aquele objeto que lhe foi útil,
mas que não ocupa lugar algum em sua memória.
Amanhã, amanhã.
Amanhã serei aquele cabide vazio em seu guarda-roupas,
ao qual se lembra que havia um vestido...
mas não se lembra que este vestido
lhe fez feliz um dia.
Amanhã, amanhã.
Não seirei nada para você.

lua

é noite
fico observando a lua
tão distante e tão presente
tão conhecida e tão misteriosa
atrai os mares com sua força
atrai olhares com sua beleza

a lua nos acompanha,
desde antes de existirmos
a lua que por toda trajetoria humana
inspirou os apaixonados
é a mesma que ilumina a cidade
nesta noite

a lua que sabe viver
tem noites que ela brilha soberana
incendiando toda a terra com sua luz
devastando toda escuridão
quando o sol não brilha mais

tem noites que a lua se esvai
se anula
coloca-se em posição de reserva
neste momento permite que as estrelas
suas companheiras de jornada
por vezes mais experientes
mostrem sua beleza
deixando que elas brilhem como nunca

a lua sempre misteriosa
fez os homens temerem o fim do mundo
ao apagar o mais soberano dos astros
colocando-o por traz de suas sombras
deixava o explendor de luz
feito céu em noite sem lua e sem estrelas
escuridão
mas depois devolvia o trono
àquele que lhe permite brilhar
mostrando que mesmo pequenina
deve ser respeitada

ah a  lua
sempre lua
nunca a mesma
mas sempre lua
cheia de fazes
mas sempre lua
cheia de faces
mas sempre lua
cheia de mistérios
mas sempre lua
ah a lua...

eu?

Eu?
Quem poderia ser eu?
Se não eu, eu mesmo?
Quem sou eu?
Sou esta interrogação:
?
Interrogação por nunca saber.
Saber quem realmente sou.
Sou eu.
Mas sou quem?
Quem?
Sou aquele que vive.
E assim como acontece com você,
as palavras não são capazes de descrever.

Somos nós apenas nós.
Na verdade somos eu e você.
Você, você.
Eu, eu.
O eu e você é o que nos divide
e o nós é o que nos une.
sou eu quando não estamos juntos,
se estivermos juntos seremos nós.
Só posso ser eu,
se existir você
e somente por isso
podemos ser nós.

sábado, 28 de janeiro de 2012

mistério

Algo a ser decifrado
existe em ti alguma coisa diferente
ainda não sou capaz de dizer o que
mas algo me leva a você

Tens um ar de estranhesa
talvez carregue consigo alguma tristeza
algo que lhe mantenha presa

Este mistério em seu olhar
esse tom bom de decifrar
essa ilusão no meu pensar
alguma coisa para lhe ajudar

talvez você nem presise de mim
quem sabe você seja mesmo assim
não nos resta se não o fim

musa

Parece impossível não se apaixonar por ti.
Seu jeito de olhar.
Sua forma de falar.
A maneira que distribui sua atenção.
Qualquer homem em sua sanidade
se apaixonaria por ti,
ou ao menos ficaria estasiado ao lhe observar.
Esta sua meiguice que embala meus sonhos,
me faz flutuar com os péis no chão.
Me leva a lugares lúdicos
me fazem tocar o céu.
Tudo isso já me bastaria...
seria um insulto pedir mais.
Mas Deus lhe fez bela.
Como quem surpreende ao ir além
acredito que Ele lhe fez assim.
Não aquela beleza estravagante,
que tudo lhe saltam aos olhos.
Apenas um desenho feito especial,
assim sem querer ser aquela que estremesse
os machos de plantão
e causa medo por ser tremendo avião.
Você se fez pequena,
simples e bela
um conjunto harmônico
onde tudo está, onde deveria estar.
Assim você se fez...
musa da minha poesia.

traços

os traços no papel a mim fazem sugestões
nem sempre avaliam minhas razões
nem sempre são aquilo que imagino ser
plena certeza não posso ter

por mais que eu tente decifrá-los
da maneira correta decodificá-los
muitas vezes me engano
parecendo um homem insano

ao ver seus traços me iludo
por uma parte quero ver tudo
como você é  eu quero saber
bem além do que meus olhos podem ver

fico imaginando
o que está pensando
apenas lhe adimirando
enquanto continuo te decifrando

quem é você nunca saberei
nunca uma resposta terei
mas lhe observando continuarei
pelo tempo que for lhe adimirarei


cinza

Quando tudo parece cinza, nublado.
Por mais que se esforce tudo dá errado.
Está tudo realmente parado.
Nos resta apenas esperar.
Esperar que a vida nos traga a boa nova.
Aquela que nos faça agitar,
a revelação que nos mova.

É engraçado como às vezes,
por mais que se tente por meses,
não conseguimos sair.
De alguma forma progredir.
Sair pra qualquer lugar.
Mas parece que aquilo não quer mudar.

Como quando pegamos estrada
e a chuva cai pesada
precisamos o carro parar
para depois continuar
às vezes o que nos resta é esperar.

Esperaremos, mas não feito estátuas
refletiremos sobre nossas rotas
tudo o que já fizemos
obstáculos que já vencemos.

Quando o céu se abrir
e o cinza não mais persistir
seguiremos o caminho
para o nosso destino.


sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

indomável

muito além da projeção dos cientistas
tudo o que era improvável agora é sólido
sólido, sólido como uma ametista

sem qualquer compreenção
livre de possível intenção
tudo soa um ar de mistério
nunca disposto em qualquer critério

este pensamento indomável
complexamente incompreensível
podendo somente ser percebido
a todo tempo por nós concebido

estariamos ali parados
perplexos por sua complexidade
como poderia ser aquilo realidade
nosso suspiro de felicidade

cicatriz

Ela nos marca pela vida inteira
se faz presente em nosso corpo,
feito tatuagem indesejada.
Por mais que o tempo passe.
Sempre que a vemos recordamos.
Recordamos o momento em que ela foi forjada.
Toda dor, toda adrenalina,
todo ambiente que nos envolvia.

Em cada cicatriz em meu corpo
uma história.
História de coragem, de medo.
De loucura, de luta.
Chego a pensar que um homem sem cicatriz
é um homem sem histórias para contar.

Sejam cicatrizes internas ou externas.
Sejam elas presentes em nossa pele
ou cravadas em nossa alma
são elas sempre nossas marcas.

Cicatrizes são lembranças,
memórias de algo que já se foi,
talves muitas delas sejam dolorosas,
mas quem sabe algumas não possam ser positivas

Elas descrevem nossa história
se prendem em nossa memória
e o que fica é a experiência.
A experiência de ter sido marcado e prevalecido,
se mantendo firme...
ainda vivo.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

marejados

são sete e quinze da noite,
noite de um dia chuvoso.
noite de novembro em horário de verão.
o céu derrama suas águas refrescando o calor de primavera.

de repente ao meu redor se fez silêncio
o que acontece eu não sei ao certo
algo nela me fez parar
parado, estático, só pude lhe observar.

seus olhos cheios d'água.
água de lágrimas.
mas não de tristeza ou irritação
água pela simples função
de adornar os olhos teus.

esta junção de olhos e água
me fizeram viajar por entre as nuvens
aqueles olhos me fizeram sair de mim
ali parado no mesmo lugar.

agora estou aqui
meio consciente, meio adormecido
por aqueles olhos ainda estatizado
feliz por aquilo ter experimentado.

seu

Você me deu um olhar...
eu lhe dei toda atenção dos olhos meus.

Você me deu um sorriso...
eu lhe dei todos os pensamentos meus.

Você me deu uma palavra...
eu lhe dei todos os versos meus.

Você me deu um abraço...
eu lhe dei todo corpo meu.

Você me deu um beijo...
eu lhe dei todo o desejo meu.

Você me deu seu amor...
eu nada pude lhe dar...
pois já era inteiramente SEU.

perfume

Hoje um perfume me fez lembrar dos olhos teus,
muito distantes dos olhos meus.
Para imaginá-los sem exitar fechei os meus,
num instante vislumbrei os seus.

Numa viagem louca, insana...
aquietei minh'alma ciagana.
Perplexo num olhar,
fazendo de quatro olhos apenas um par.

Como um dispertar de um sonho bom,
regressei à realidade.
Não a recebi num aspecto de maldade,
apenas da imaginação uma verdade.

De algum modo seu cheiro está em mim.
Em minha lembrança não teve fim.
Está ali empregnado,
como algo já consolidado.
Você não faz parte do meu passado.
Espero estar de novo ao seu lado.

vento

Invisível, mas sempre perceptível,
o vento se move por entre as plantas, prédios e vales.
Cavalga por florestas, cidades e mares.
O vento que refresca e destroi,
leva o barco a vela e as rochas corroe
assume qualquer forma
ou possui forma alguma.
Este mesmo vento que já viajou o mundo
se faz presente aqui por alguns segundos.
Faz seu vestido balançar,
no momento em que te vejo passar.
Vestido verde florido
lindamente construido.
O vento do mundo lhe dá um abraço,
desvendando do seu corpo cada traço.
Acaricia sua meiga face
e em você nada acontece.
Não percebe que como o vento
sou aquele que lhe observa e em pensamento
lhe deseja a todo momento.
Daria tudo para ser o vento agora
e lhe envolver como em outrora,
nas ilusões que em meu peito aflora.
O vento aliza seus cabelos
levemente baguçados
tornanto aquele belo instante,
à outros olhos relevante,
algo eternamente em mim presente.

blog

kkkkkkkkk

Confeço que sou novo neste lance de blog. To aprendendo aos poucos como funciona.
Fiquei feliz ao descobrir que muitos amigos meus também possuem seus perfis em blogs.
Pra mim é um pouco estranho publicar as coisas aqui. É uma espécie de convite ao anonimato. Vc escreve coisas suas, seus pensamentos malucos, seus desejos, até seus segredos, para quem quiser ver. Ou não.
De qualquer forma é gratificante tornar pública algumas palavras, não deixá-las presas em meus pensamentos, por mais que seu "parto" doa, e sua partida seja incerta, existe a necessidade de libertá-las.
É estranho pensar que as coisas que achamos ter controle se revela tão instavéis como ondas em mar aberto. Por incrível que pareça tudo em nossas vidas é assim.
Esta busca por um reconhecimento invisível é instigante.
Publicamos coisas para quem quer que seja, esperamos que alguém leia e vamos além, por vezes desejamos que aquela pessoa à qual pensamos ao escrever dadas palavras, as leia e perceba que escrevemos para ela, sem que deixemos isto explícito.
Incomoda saber que por vezes serei mal interpretado e até incompreendido, indecifrado, mas esse é o risco que devo correr para que você leia aquilo que gostaria que lesse.
Sendo assim não há saída, não há controle, não há domínio. Tudo se tornou frágil e instavel. Mas é assim que será.
Saiba que se estiver lendo este post, é porque de alguma forma este foi escrito especialmente a vc, a vc e a tantos outros, mas a vc também.
Espero que leia e nada mais.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

incompreensível

Muito além da projeção dos ciêntistas,
tudo o que era improvável agora se faz sólido.
Sólido, sólido como uma ametista.

Sem qualquer compreenção
livre de possível intenção
tudo soa um ar de mistério
nunca disposto em qualquer critério.

Este pensamento indomável
complexamente incompreensível
podendo somente ser percebido
por todo o tempo por nós concebido.

Estaríamos ali parados
perplexos por sua complexidade,
como poderia ser aquilo realidade,
nosso suspiro de felicidade.

Castanho

Hoje é o primeiro domingo do mês de outubro
normal como todos os outros domingos do ano...
Mas este ano é ano par.
Ano par para mesários, é ano de trabalho.
Para muitos uma tortura, para outros obrigação,
para poucos um bom momento.

Então é dia de eleições,
quem sabe quem vai ganhar?
Eu sinceramente ganhei.
Ganhei uma oportunidade de algo interessante presenciar.
Não somente as eleições de fato.
Mas alguém que em minha seção deposita seu voto.

Ela vem como todas as outras.
Título e RG em mãos
se misturando a todas elas.
Mas... há algo que prende minha atenção nela.

Vem com seu caminhar diferente,
daqueles sem explicação.
Transmite seu olhar instigante,
daqueles que nos fazem sonhar.
Abre seu sorriso adolescente,
de incrível maturidade a me aplacar.

Com seu falar sereno
confirma sua identidade
assina o caderno
e aguarda com tranquilidade.

Dentre tantas coisas o que me faz mais recordar
daqueles instantes que fiquei a observar
foi aquele que a vi partindo
fazendo seus cabelos ao vento flutuar.
Cabelos longos e lizos,
não sei se natural ou coloridos.
Não me recordo se castanho claro ou escuro,
algo entre negro ou louro.

Aqueles passos de breve adeus
ficaram gravados nos pensamentos meus.
Agora todo ano par
espero ansioso por mais um momento impar.
Novamente aquela sutileza observar,
levando meu espirito a se inspirar.


passos

Na vida sempre seguimos o curso do tempo,
trilhamos passos por ele estabelecidos,
às vezes caminhando, às vezes sobre bicicletas...
às vezes de avião, mas sempre caminhando.

Sempre haverá a certeza
de que aquele passo já dado
nunca mais se repetirá,
outro igual a ele nunca haverá.

Passos tortos, longos, curtos...
rápidos, lentos, estáticos...
mas sempre passos... a vida segue

Esta marcha tortuosa
por nós executada
e que concebe a vida, a sua beleza.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

ilusões ao vento

a ilusão se faz presente em tudo
do natural ao abstrato
tudo não passa de uma mera criação de nossas mentes.

o que você vê é exatamente o que pensa?
o que pensa só é possivel pelo que vê?
ou tudo não passa de uma mera coincidência.

toda vez que criamos algo em nossas mentes
nos iludimos segamente
algumas vezes mais outras menos
mas o certo é que o certo
nunca realmente saberemos

algo que se encontra fora
quando nosso pensamento o incorpora
deixa de ser aquilo
para se tornar isto

ilusões nos permitem achar que sabemos
por meio de processos malucos
algo que pensamos que conhecemos.

ilusões são ilusões e nada mais
se tornam em nossas vidas banais
por acharmos loucura não ver como os outros
aquilo que nem ocupa a certeza de todos

as ilusões que crio em minha mente
são minhas por consequente
mas quando espostas
a mim já não mais pertencem

ao vento elas se tornam públicas
sem qualquer controle
agora elas é que me carregam
me tornando prisioneiro
em meu proprio ilusionismo verdadeiro

amanhecer

São cinco e meia da manhã
e estou aqui parado lhe adimirando.
O sono já não habita meu ser.
Estou agora com algo importante a fazer.

Lá fora a chuva cai mansa,
como quem não tem pressa de chegar.
Fico olhando seus olhos,
que me põem a sonhar;
seus doces lábios,
que me fazem lhe desejar;
seus longos cabelos negros,
graciosamente espalhados sobre meu travesseiro,
que não me deixam um instante,
a minha atenção desviar.

Apenas uma luz azul
ilumina seu corpo deitado em minha cama.
Feito fada repouzante, em sono deslumbrante.
Somente a luz que vem da luminaria
me permite observá-la neste momento mágico.
E descrever neste papel o que por meus olhos vejo.

Fico nesta poltrona a te observar,
como um viajante que fotografa um mundo novo,
fico atento a notar
cada pedacinho de belza a se mostrar.

Assim como quem assiste um espetáculo,
ansioso para conhecer o final.
Permaneço aqui aguardando-lhe despertar.
Seus olhos abrir
e poder novamente
olhar olhos nos olhos...
o seu despertar.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

sonhos

Ah os sonhos.
Aquilo que nos torna reais.
Ao compararmos com nossos aspectos mortais.
Nos sonhos vivemos sem quaisquer limites.
Apenas um par de sapatos e uma imaginação inquieta.
Para tornar nossa vida completa.

Sonhos são a possibilidade de voar.
Antes homens não voavam.
Sequer isso imaginavam.
Até alguém sonhar,
e o avião inventar.

Não valorizamos nossos sonhos
Entendemos que eles nunca serão realizados
Vivemos seriamente frustrados
Por nunca por eles termos verdadeiramente lutado.

Sequestramos nossas aspirações.
Condenamos nossas inspirações.
Entendemos que não passa de uma ilusão.
Aquilo que nos pede o coração.

Por que não sonhar?
Por que sonhar?
Sinceramente não importa a resposta chegar.
O que importa é a vida continuar.
E se for mais feliz...
Porque não tentar?

Sonhe...
Lute...
Vá a diante...
mesmo que pareça que seus péis nunca sairão do chão
um dia... ah um dia... poderemos alçar vôos sobre esta vastidão.
Contrariando todo o tipo de imposição.
Daqueles que nos julgavam viventes de ilusão.

poeta


O que faz um poeta senão
dialogar com a própria solidão
fazer com que os outros reflitam em vão
aquilo que para si não passa de uma ilusão

O que faz um poeta em profundidade
ao expor sua intimidade
buscando sensibilizar a humanidade
pelos seus problemas de subjetividade

Somos todos poetas
ao trazer à tona idéias secretas
em uma forma discreta

Somos todos loucos
por fazer parte dos poucos
ao assumir seus seres ocos

HEIDEGGER

Durante um estudo sobre este filosofo alemão escrevi esses três poemas a partir do contato com sua teoria.
Este homem brilhante e por vezes sombrio me fez refletir muito... espero que os faça também.




O SER

Seria o ser algo inanimado?
Já expressamente consolidado?
Ou seria algo ainda injustificado?
Eu sou. E você é?

Então sabemos que somos, mas não sabemos o que.
Somos seres que conhecem, que experimentam.
mas antes de tudo somos, existimos.

Aquilo que somos não nos cabe a palavras.
Palavras são, mas não podem dizer o que nós somos.
Somos seres.
Existimos.

Existimos por mera coincidência.
Existimos por uma insistência.
Existimos por não morrer.
Existimos apenas para ser.

Lucas Konigami.

O NADA

Ainda que o nada exista.
Este nada nada seria.
Nada nada.

O nada nada é.
Se é nada não poderia ser.
Se tudo pode ser desde que não seja nada.
Nada não pode ser.

Ser não seria nada.
Nada não seria um ser.
Somente nada seria ser.
Se o nada eu pudesse ver.

O que nos resta?
Apenas uma interrogação na testa.
Seria o nada então, uma mera negação.
Deste modo já seria uma afirmação.

Lucas Konigami.

ANGÚSTIA

Angústia?
Ou dúvida?
Somos tomados por sentimentos sem sentido
Os sentidos que não poderíamos sentir de forma racional.
Aquilo que nos tira duma orientação normal.

Se na angústia nos sentimos estranhos.
E o vazio toma conta de nós.
Poderíamos então estar conscientes?
Por o nada habitar o ente?

Suspensos em total indiscrição.
Apenas nos resta uma pequena solução.
Buscar por meio de palavras tortas.
Descrever o que possivelmente sente pessoas mortas.

Mas mortos sentem?
Resposta difícil por mais que se pense.
Apenas o não saber.
Poderia a resposta nos dizer.

O que fica em nós
É essa passagem que achamos angustiante.
Como chega vai embora.
Nos desabitando num instante.

Lucas Konigami.

simples

Hoje cedo acordei. Qualquer outro dia, como qualquer outra manhã.
Levantar escovar os dentes...
Chegando a padaria, como de costume...
-"Samucaaaa! me ve três pães ai!"
Tranquilo como de costume.
Leite no copo, café fresquinho... mais um pouco de café.
Algo diferente aconteceu.
O pão aquele que já habitara a minha manhã, que já envolveu minha atenção...
Se fez diferente...
me fez refletir sobre toda sua história antes de fazer parte da minha.
A colheita do trigo, feita pelas máquinas manuzeadas por Ananias.
A transformação do trigo em farinha, pela empresa onde Julia trabalha.
O caminhão que transportou o trigo, cujo "piloto" era o senhor José.
O padeiro Carlinhos que uniu a farinha de trigo com outros ingredientes...
Samuel que me vendeu os pães...
Aquele pãozinho prestes a se tornar parte de mim, parte de minha subsistência.
Já havia sido parte das vidas de muitas outras pessoas.
Umas deram pouca atenção a ele, outras um pouco mais e eu sei lá viajei na batatinha...
Mas é incrivel a forma que as coisas acontecem simplismente emaranhadas.
Algo simples é dotado de tanta complexidade que não somos capazes de notá-la.
Não que tenhamos que conversar com os pãezinhos amanhecidos...
Mas às vezes notar as coisas que compõem nossas vidas... que fazem parte de nós.
Achamos que ninguém nos entende...
E aquele filão você o entende?
Podemos por vezes observá-lo mais atentamente.
Podemos por vezes nos observar mais atentamente.
Quem sabe nossas vidas não se cruzem?
Sem que haja a necessidade de nos ententermos.
Mas que esteja presente a magia de nos observarmos.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

instante

Eu que sempre fui acostumado a dar nós em pingos d'água,
me vi por um instante sem saber o que fazer.
Não fui capaz de realizar um único movimento...
meus pensamentos se paralizaram...
não enxergava nenhuma saída.

Por um instante aquele instante se bastou por si só.
Não havia outra opção.
Acredito que nenhuma outra coisa era mais crucial.

Apenas um instante para se tornar àpriori,
sua causa e efeito,
forma e conclusão por si só.
Num único e belo instante.

palavras

Palavras surgem como torrentes
em mim se precipitam,
num instante voltam aos céus.

Surgem sem ter por que...
ou por onde.
Surgem sem pedir licença...
sem se despedirem.

Surgem pelo simples fato de aparecerem.
Surgem para habitar os traços de tinta.
Surgem para ampliar pensamentos.

As palavras apenas nascem.
Cada qual com o seu valor.
Sem pensar... sem se opor.
Apenas pela petulância desses versos compor.

um

Todo começo de alguma forma simboliza um avanço.
Avanço seja ele para qual lado for, mesmo que seja estático já será um avanço, para quem não tinha nada.
Aliás, nada não podia ter mesmo.
Aki se marca agora o começo de algo ainda não definido.
Mas que por sua propria tentativa de ser, se promove a algo possivel.

e assim se fez este mundo de Blog...