quarta-feira, 25 de julho de 2012

outro

ah que saudade de mim mesmo
daquele que encotrava acordo em tudo
que buscava a luz em tudo
que via com olhos de poeta

que saudade daquele velho eu
que já não pertence a mim
aquele que dexou de fazer grandes coisas
que se debruçou pouco sobre as pequenas coisas
que deu atenção demais para o q não devia

não posso ser o que já fui antes
não poderia
ver o que vi
sentir o que senti
me impede de negligenciar as coisas
agora não mais alheio
agora não mais ingênuo
talvez um pouco. é claro
não sabido de tudo
mas de alguma forma menos confuso

sou agora outro de antes
sou agora diferente do que serei
do que fui
mas talvez não seja tão mal assim
tão tolo assim
quem sabe...

não sou o mesmo eu de outras versões
outros verões
sou aquele que se modifica
ao passar das estações

sou apenas um
que não pode ser mais aquele um
deve ser outro agora
mas não mais aquele de outrora

inexiste

é estranho pensar
chego até a delirar
chego a cogitar
mas pra que me sujeitar?

estou agora certo
realmente correto
que aquilo que persiste
que em minha cabeça insiste
realmente inexiste

inexiste?
sim deixou de ser
meus pensamentos à combater
uma idéia que é triste
agora somente não mais existe

aboli qualquer possibilidade
de transformar em realidade
algo complexo de maturidade
o que não era mais tarde

coloco em palavras tolas
aquilo que me fez ter conversas bobas
com aquele que me faz companhia
eu mesmo em serventia

agora estou para comigo
não mais um perigo
procuro outro abrigo
para me fazer seu amigo

sexta-feira, 20 de julho de 2012

cotidiano

O frio habita as ruas da cidade
as luzes ainda estão acordadas
iluminando minha alma madrugada
ainda em tempestade

as estrelas ainda brilham
o sol já vem surgindo
os passageiros agora trilham
seus destinos estão cumprindo

nesses caminhos tortuosos
passam pessoas que se desconhecem
talvez encontros amorosos
para aqueles que se merecem

a vida flui intensamente
nas ruas reluzentes adormecidas
ainda não acordadas completamente
pelo sono ainda coibidas

todas as senhoras a passar o café
se preparando para mais um dia
pessoas corajosas já em pé
estabelecendo a mais espantosa correria

por que ainda fazemos isso
colocando em risco nossas vidas
como que num feitiço
uma liberdade muito tímida

somos homens e mulheres
correndo atraz de algo
milhares e milhares
que não chegam ao seu alvo

nos descobrimos a cada instante
coisas que talvez fossemos
queremos por vezes ficar distante
daquilo que em nós tememos

nos alienamos
por não querer a verdade
pois nos aquietamos
por pura vaidade

é dolorosa eu sei
aquela que nos tonra sãos
mais perdido estarei
quando a verdade estiver em minhas mãos



futuramente

Quando for poeta
talvez saiba
colocar em palavras
aquilo que sinto

Quando for poeta
talvez me torne mais feliz
por entender
o que meu coração me diz

Quando for poeta
talvez as pessoas me entendam
sentirão aquilo que sinto
saberão aquilo que penso

Quando for poeta
talvez tudo tenha sentido
nada será perdido
não ficarei de peito partido

Quando for poeta
talvez meus versos tenham brilho
mesu sonhos serão vividos
meus poemas expandidos

Quando for poeta
talvez me torne poeta
e quem sabe ela
me reconheça como tal

terça-feira, 10 de julho de 2012

espirais

 


Nesta noite vi espirais
carreteis de sonho
negros fios
fios que tecem meu desejo
naquelas ondas negras
naqueles cachos
me vi totalmente conturbado

Aqueles cachos que iam além dos ombros
além dos céus
além do mundo
como se não bastasse
aqueles rodemoinhos de esperança
labirintos de perdição
vinham acompanhados...

Tinham como companhia um par de olhos
lindos olhos
olhos de nevoeiros
olhos contraventores
olhos que me atormentam
enlouquecem
iludem
apenas por existirem

Não por satisfeitos
olhos e cabelo
como quem por generosidade
estravaza espectativas
um rosto lindo e tão voraz
serve de casa
um lar para aqueles lábios
aquele par de encanto
grossos lábios verdadeiros
que emolduram um sorriso doce
que me deixaram sem palavras
pondo fim a esses versos

sábado, 7 de julho de 2012

guardião

 


Estou aqui velando seu sono.
Parado observando sua doce pele.
Seus cachos sobre a colcha de retalhos.
Seus grossos lábios
feito morangos maduros
Fico aqui.
Como guardião de sonhos
devaneando...

Ah como queria estar lá,
naquele seu mundo de maravilhas
todo seu
e em seu poder
Queria ver suas paisagens
suas loucuras
Fico aqui do lado de fora cuidando
cuidando para que nada lhe perturbe
Perturbado
perturbado por não saber
saber o que lhe faz brilhar os olhos.

ray-ban

Não entendo
o que realmente ocorreu
estou agora me perdendo
porque seus olhos de mim escondeu?
talvez a luz forte do dia
aqueles certos adornos, minha agonia
acobertaram seus azuis
não vejo mais aquela sua luz
fiquei com os óculos escuros na lembrança
aqueles que me roubaram a esperança

quinta-feira, 5 de julho de 2012

dança?

 


Hoje menina tu me fizestes sonhar
Nesta noite de conquistas e de loucuras
tu menina, me colocastes em xeque

Aqueles teus olhos negros a me perfurar
Aqueles teus cachos soltos no ar
sua boca pronta para beijar

Podia ter sido homem
e te tirado para dançar
mas meu medo e receio
me fez olhando apenas ficar

Ah menina podia dançar com tantas outras
podia roubar olhares
podia flertar com tantas
mas aquela noite me prendi a ti

Me faltou coragem eu sei
contra mim mesmo sei que pequei
uma oportunidade imensa
eu falhei

Talvez tu não dançaria comigo
rejeitaria o meu pedido
mas quem sabe por um subto
um imenso prazer tu teria concedido

Ah menina sei que não sei dançar
mas tê-la em meus braços
já valeria a pena por me envergonhar

Quem sabe daquela dança
surgisse alguma esperança
de lhe ocupar a lembrança

Não sei se outra oportunidade eu terei
mas certamente me esforçarei
vencendo o medo lhe convidarei
e uma dança lhe pedirei

segunda-feira, 2 de julho de 2012

sopro

Soprei em seu ouvido toda minha história
Marquei cada passo meu sobre a areia
daquela praia de incertezas
Lhe disse tudo
tudo o que precisava saber
Coloquei todas as coisas no lugar
Lhe contei sonhos
Lhe fiz promessas
Lhe dediquei o mundo
Apenas uma palavra
para mudar tudo
Uma única chance...
Tudo o que podia
soprei em seu ouvido.

domingo, 1 de julho de 2012

dedicarei





de que me adianta
cultivar rosas
se não puder
entregá-las a quem me anima?

de que adianta
elaborar sonhos
se não me deixo
satisfazer com eles

passarei agora
a distribuir ilusões
a decicá-las pontualmente
mesmo que malogradamente


a vida é arriscada
mas o balanço de suas ondas
é que nos faz aprender o gingado