sábado, 25 de agosto de 2012

julho


as nuvens passam pelo céu azul
sinto o sopro do vento sul
ventos frios de neblina
permaneço em minha sina

a vida que umidece os ares
convocando todos os pares
neste frio de inverno
a declararem amor eterno

um mês especial de julho
um gritar sem fazer barulho
ventos gelados de preguiça
as paixões que ele atiça

um bom chocolate quente
para aquecer a gente
um lugar aconchegante
para tornar a vida mais interessante

sábado, 18 de agosto de 2012

quero

 


Quero seu caminhar lento
nosso passeio por entre as plantas
quero seus pequenos pés na terra
o cheiro de umidade em seus cabelos
nossas mãos entrelaçadas...

O sol brilhando por entre as folhagens
o reflexo da água do riacho
a luz do sol clareando seu rosto
o balançar dos seus lábios ao falar comigo

Quero aquele sorriso de canto de boca
aqueles lábios entreabertos
aqueles dentes brancos
um sonho...
um desejo...

À tardinha sobre o gramado
tê-la em meus braços
ouvindo o som do vento
ouvindo o zunido das abelhas
o nosso silêncio...

Na calada da noite te levar pra casa
passar horas olhando os olhos seus
sentir medo de ir embora
sentir sua fata só por pensar em ir.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

fênix

você some e aparece do nada
como um ato subto
desaparece da minha vista
desabita meu espaço
e ressurge de algum lugar
lugar de ninguém
mais bela e flamejante
envolta nas chamas que a consumiram
que  a trucidaram outrora

talvez tenha a capacidade de se refazer
se regenerar...
misteriosa
misteriosa se coloca rumo ao desconhecido
me abandona sem dizer adeus
se transforma de novo
se refaz de si mesma

neste vai e vem constante
numa dolorida reconstrução de si
como quem se dissolve
e se reformula
você renasce de si mesma
quase sempre a mesma
num constante movimento
indefinível...
indescifrável...
indescritível...
incendiária
Fênix.

sábado, 11 de agosto de 2012

ainda

ainda que as coisas pareçam perdidas
ainda que haja despedidas
ainda que você se desespere
ainda que você me desconcidere

não vou deixar de tentar
não vou deixar de falar
não vou deixar de buscar
não vou deixar de te amar

quem sabe lhe amar de outro jeito
quem sabe de um modo nem tão perfeito
quem sabe com mais respeito
quem sabe com uma ferida maior em meu peito

serei seu guardião
serei seu espião
serei seu escorpião
serei seu na escuridão

lhe darei amor
lhe trarei amor
lhe dedicarei amor
lhe farei amor
lhe conquistarei meu amor

domingo, 5 de agosto de 2012

disse

o orvalho escorre por sobre a folha
a madrugada se faz suprema sobre os seres sonolentos
as estrelas se fazem timidas perto da imensidão da luz do luar
as águas do rio cantam músicas de paz

nesta madrugada muitos passaros adormecem
adormecem para que possam cantar amanhã
e quando o dia amanhecer reconheceremos os sonhos dos pássaros
seus belos sons de alegria e tristeza

estou num quarto sem porta
ainda olhando nos seus olhos
quero fazer tantas coisas
sonhar tantos sonhos

estou com um nó em minha garganta
estou ainda murmurando os pensamentos
quero lhe dizer algo
mas seus olhos e meu desejo emudecem minha voz

minhas mãos tremulas sobre as suas
seus cabelos bagunçados sobre a cama
tudo tão perfeito
tão impossível

quero que saiba
que eu lhe desejaria assim para sempre
mas que esse instante me valeria por toda eternidade
queria unicamente este instante

uma coisa extrema
não quer sair das minhas cordas vocais
me aproximo de seu ouvido
sinto o perfume de musa de sonhos
e lhe digo em voz quase que impossível e quebradiça

é preciso decifrar para entender
espero que entenda
parece coisa tão banal
mas para mim precisa ser de uma verdade quase indiscutível

poderia fazer juras
escrever textos
inventar mil formas
mas precisaria ser verdadeiro
e quase nunca disse isso a ninguém
por isso tão difícil

quero que saiba neste instante
que acima de qualquer outro interesse agora
quero que saiba que de todas as forças que em min'alma habita
eu te amo

parte

sabe lah quem eh
sabe lah quem foi
sabe lah quem será
será que será?
nehuma parte
toda parte faz parte de um todo dentro e fora
não há nada
não contribui em nada
apenas quem consegue-se ser
aquela parte que já foi inteiro
que agora é inteira parte
parte inteira de uma parte
de outras partes inteiras
que se faziam inteiras
um único conteúdo
a unidade que não existe
pois discriminá-la seria torná-la uma parte
e parte não pode ser o todo
partes são partes
e todo...
todo é realmente improvável
digamos que hoje eu seja
eu sou
quem sabe?
alguma parte daquele de ontem
uma parte que agora é formada junto à outras
várias partes de um todo
de um todo?
quem sabe...
sou agora um
um quase inteiro
faltando uma parte
sobrando outra
um
completo incompleto
cheio de remendos e farrapos
uma parte da parte que não pode ser inteiro
parte