domingo, 21 de outubro de 2012

corações

 


estou desenhando corações
imaginando cada traço colorido
fico costurando imagens vans em meus conflitos

estou observando cada coração em sua blusa
cada pedacinho de reflexões
viajando para dentro
vislumbrando o que há de fora

estou passando o tempo contando seus corações
um... dois... três...
me perco e começo de novo

não sei mas...
esses corações...
me parecem tão confusos
me fazem ficar confuso
mas são belos

corações de cores variadas
cores tantas que imagino
que nem me lembro que eram apenas cor de mel
ou eram vermelhos?

para cada coração um par de sonhos
sonhos aos montes
para cada coração um pedacinho de esperança
uma pequena estória de aventura

estou tentando decifrar cada coração
cada figura que meus olhos veem
cada pedaço que posso imaginar
um passo para desvendar mistérios

e tudo se refaz
tudo se desfaz
termina
e começa de novo
num simples emaranhado...
de corações


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

preparação

estou em busca daqueles olhos
olhos grandes de magia
olhos de mistérios
estou caminhando sobre meus proprios vacilos
estou vencendo meus proprios medos
serei eu um errante?
um cigano sem dono?
um poeta vadio?
estou vagando...

estou parado pensando em romances
esquemas de conquistas
palavras de aproximação
alguma possibilidade...
quando lhe encontrar
quando me aproximar
não terá como escapar

e se eu não for o cara certo?
e se eu lhe machucar?
é um risco
não posso deixar de viver
não posso negligenciar o que sinto
eu quero você
e se daqui a pouco
percebermos que já não somos mais
que nunca fomos quem pensamos ser
se não mais nos encontrarmos em nós
se dixarmos de ser um casal
acredito que terá sido bom

deixar de viver aquilo que esá proposto
já não é mais uma opção para mim
estou aqui
caminhando numa insistente jornada
rumo ao seu coração
rumo a sua presença
e quando chegar...
quando chegar
você saberá que estarei de corpo inteiro
que estarei presente
de corpo e alma
de pensamento e espirito
estarei ali
com toda a certeza daquele presente
toda minha vida daquele instante
eu e meus versos
eu e meus sonhos
eu e meu violão
estarei contigo

espero que tenha coragem
coragem de arriscar no que não há
uma possibilidade quase crua
me dê a sua mão
caçaremos aventuras
buscaremos novos horizontes
viveremos novos sonhos
e quando tudo acabar
teremos a certeza que a história nunca acaba
o fim é apenas um recomeço
um inicio de uma nova tragetória

tinta

a esfera da caneta percorre...
deslisa sobre a superfície branca do papel
deixa um rastro azul
deixa meus sonhos
minhas ilusões
faz uma representação
daqueles, destes meus devaneios
transforma em símbolos
esta minha abstração
torna possível esta composição

traços e marcas
pensamentos e suposições
um egocentrismo
um tornar material
visual.
marcas de tinta
essenciais para minha reconstrução
minha explanação
minha exposição

azul no branco
branco no azul
branco que não há
azul que não faz sentido
azul ainda escondido
azul possível
azul construído
branco permanente
visto este dilema
de transformação do estático
correndo o risco
a impossíbilidade de voltar atrás
de renegar o já escrito
preso em minhas palavras
palavras coladas pela tinta

uma cartase
uma ferida exposta
ilusões presas no limite do branco
livres nos limites da imaginação
incontrolável interpretação
um risco...
não ser decodificado
uma possibilidade nua
um risco indeletável

como quem foge de seus demônios
uma fulga incessante do proprio íntimo
daquilo que existe em si
escrevo palavras aos montes
uma energia que precisa ir
se tornar material de alguma forma
uma porta aberta

a caneta ainda discorre sonhos
um pedaço de materialidade
realidade
deformidade
a caneta ainda risca símbolos ilusórios
a mente não cessa
o pensamento não para
a tinta não acaba
o branco não se tinge por inteiro
mas o poema...
o poeta chega ao fim.

inacabado


Sou aquele que faz história

Um alguém histórico

Histórico?

Criador de sua própria historia

Criado por sua própria historia

Inventor de muitas estórias

Um alguém ilusório

Um alguém concreto

Um vir-a-ser

Um ser-aí

 

Sou passado e futuro

Sou tudo

Sou presente

Aquele que se vê

Aquele que se via

Aquele que se verá

Sou aquele que não é este

Sou este que era aquele

 

Desenterro dinossauros todos os dias

Viajo para marte todos os dias

Me teletransporto

Me transbordo

Me recluso

Me exponho

 

Numa eternidade de agoras

Um agora eterno

Um ser eterno

Com fim eterno

Com começo eterno

 

Sou aquele que não é

Sou aquele que não será

Sou aquele que não foi

Quem sou eu?

Eu e mais nada

-eu-

 

Sou um vislumbre do futuro...

Sou as marcas do passado...

Sou um ser inacabado