perdi o conforto
a calmaria de um ventre
para ganhar a vida mundana
perdi o medo de chorar
a posição de quem só espera
para ganhar um pouco de leite
perdi meu poder de rei
quando tinha o mundo aos meus pés
para investir em outros objetos
perdi a leveza da ignorância
a inocência de não conhecer
para me aventurar no mundo do saber
perdi a calma perfeita
a mansidão das águas rasas
para explodir a fúria recalcada
perdi o sonho de felicidade
me amargurando em algumas angustias
para poder me sentir feliz novamente
perdi a rigidez
o apoio da razão inabalável
para me jogar nas incertezas
perdi a identidade
a forma de me ver
para experimentar outros eus
perdi a paciência
o otimismo de um futuro bom
para lutar neste presente
perdi o encanto nela
a cega paixão
para vê-la como uma simples mulher
perdi o compromisso
a obsessão pelo trabalho
para me dedicar ao ócio
perdi a censura
a vergonha de me expressar
para transformar a vida em versos
perdi a vida
uma constância de instantes
para passar para o outro lado
domingo, 29 de setembro de 2013
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
coca
uma lata de coca cola
e um cigarro queimado à metade
uma noite repleta de estrelas
e o pensamento...
queria pensar na namorada
mas sequer tinha uma amante
queria pensar na vida
estava tão morto quanto o lúcido
queria pensar em algo
e estava tão vazio quanto um pote cheio
estava a merce do tempo
não havia nada
nenhuma coisa substancial
a fumaça do cigarro
o som do gás...
ele mesmo não estava lá
ou estava com preguiça
preguiça de habitar-se
nicotina
coca
pensar
loucura
negação
propósito
razão
...
e um cigarro queimado à metade
uma noite repleta de estrelas
e o pensamento...
queria pensar na namorada
mas sequer tinha uma amante
queria pensar na vida
estava tão morto quanto o lúcido
queria pensar em algo
e estava tão vazio quanto um pote cheio
estava a merce do tempo
não havia nada
nenhuma coisa substancial
a fumaça do cigarro
o som do gás...
ele mesmo não estava lá
ou estava com preguiça
preguiça de habitar-se
nicotina
coca
pensar
loucura
negação
propósito
razão
...
jogado
um sonho
um pensar
um devanear
algumas ilusões
outros delírios
uma fada
alguns duendes
bruxas e vassouras
loucuras e seduções
lagos profundos
cachoeiras
mar aberto
dèjá vu
lua incandescente
sol de prata
nuvens de fogo
estrelas correntes
certezas
compromissos
lições
tarefas
braços abertos
laços fechados
corpos lúdicos
pés descalços
coisa alguma
infinito
passado
abstrato
incerto
jogado
um pensar
um devanear
algumas ilusões
outros delírios
uma fada
alguns duendes
bruxas e vassouras
loucuras e seduções
lagos profundos
cachoeiras
mar aberto
dèjá vu
lua incandescente
sol de prata
nuvens de fogo
estrelas correntes
certezas
compromissos
lições
tarefas
braços abertos
laços fechados
corpos lúdicos
pés descalços
coisa alguma
infinito
passado
abstrato
incerto
jogado
domingo, 1 de setembro de 2013
ciência
e se fosse tudo sonho?
e se fosse tudo ilusão?
o que seria de mim?
o que seria de mim?
nos disseram que era errado
nos ensinaram o que não podia
falaram que era feio
nos julgaram insanos
quiseram pregar nossos pés no chão
fizeram com que nos concentrassemos no real
fizeram da ciência a única resposta válida
o sonho não tinha mais espaço
o que move o mundo
não é igual pra ninguém
cada um tem a ciência
de que na razão
muitos sonhos são impossíveis
então não sonhe tanto
não sonhe tonto
porque os sonhos que lhe move
não são tão possíveis assim
quer saber?
qual a graça de sonhar sonhos
se não puder voar?
a graça é ser inalcançavel
é ser louco
pois se chegarmos a tocá-lo
o gozo
o prazer será inestimável
não me impessa de sonhar
não duvide da meu poder de conquistar
e se tudo for ilusão...
uma miragem é tão real
quanto os motivos que a fizeram nascer
e aquele que a vê
pode senti-la como qualquer outra coisa
é tão verdade
quanto as desculpas inventadas
quanto o dom da razão
e se fosse tudo ilusão?
o que seria de mim?
o que seria de mim?
nos disseram que era errado
nos ensinaram o que não podia
falaram que era feio
nos julgaram insanos
quiseram pregar nossos pés no chão
fizeram com que nos concentrassemos no real
fizeram da ciência a única resposta válida
o sonho não tinha mais espaço
o que move o mundo
não é igual pra ninguém
cada um tem a ciência
de que na razão
muitos sonhos são impossíveis
então não sonhe tanto
não sonhe tonto
porque os sonhos que lhe move
não são tão possíveis assim
quer saber?
qual a graça de sonhar sonhos
se não puder voar?
a graça é ser inalcançavel
é ser louco
pois se chegarmos a tocá-lo
o gozo
o prazer será inestimável
não me impessa de sonhar
não duvide da meu poder de conquistar
e se tudo for ilusão...
uma miragem é tão real
quanto os motivos que a fizeram nascer
e aquele que a vê
pode senti-la como qualquer outra coisa
é tão verdade
quanto as desculpas inventadas
quanto o dom da razão
nuvens
quando quis ver as nuvens
subiu em seu cavalo branco
pelas colinas verdejantes
correu como vento
chegou onde o céu encontra a terra
e no horizonte levantou os braços
segurando as nuvens na ponta dos dedos
inventou formas que combinassem com sua dor
não havia diferença
céu, terra e ar
nem aquilo que não pudesse imaginar
tocando as nuvens despertou a chuva
a fluidez da água transformou
o que era representação de dor
se fez lágrimas
o pranto escorreu em seu rosto
não havia nada com que se importar
o choro
incontrolável expressão
mesmo sem entender
ele viu suas nuvens se desfazendo
sabia que por algum tempo estariam ausentes
mas que voltariam em seguida
em novas formas
em novas construções
o céu se tornara azul
e o contato com suas nuvens não podia ser mais feito
entendeu que era hora de voltar
em paz consigo mesmo
instantaneamente
cavalgou até a volta
acompanhando o azul do céu
quando chegou já era noite
as estrelas podiam ser vistas
pôde conhecer um pouco mais de si
sabia que as nuvens retornariam
mas o momento era de vislumbre
via o homem carregado de sonhos
o céu carregado de estrelas
e isso lhe trazia uma certeza
o céu se transforma
e ele também
mesmo parecendo estático
céu e terra
a transformação sempre acontece
o céu já é outro
a terra é nova agora
e ele
o homem que vaga
não para com o tempo
é luz e escuridão
é esgotado
e imensidão
possivelmente o impossível
subiu em seu cavalo branco
pelas colinas verdejantes
correu como vento
chegou onde o céu encontra a terra
e no horizonte levantou os braços
segurando as nuvens na ponta dos dedos
inventou formas que combinassem com sua dor
não havia diferença
céu, terra e ar
nem aquilo que não pudesse imaginar
tocando as nuvens despertou a chuva
a fluidez da água transformou
o que era representação de dor
se fez lágrimas
o pranto escorreu em seu rosto
não havia nada com que se importar
o choro
incontrolável expressão
mesmo sem entender
ele viu suas nuvens se desfazendo
sabia que por algum tempo estariam ausentes
mas que voltariam em seguida
em novas formas
em novas construções
o céu se tornara azul
e o contato com suas nuvens não podia ser mais feito
entendeu que era hora de voltar
em paz consigo mesmo
instantaneamente
cavalgou até a volta
acompanhando o azul do céu
quando chegou já era noite
as estrelas podiam ser vistas
pôde conhecer um pouco mais de si
sabia que as nuvens retornariam
mas o momento era de vislumbre
via o homem carregado de sonhos
o céu carregado de estrelas
e isso lhe trazia uma certeza
o céu se transforma
e ele também
mesmo parecendo estático
céu e terra
a transformação sempre acontece
o céu já é outro
a terra é nova agora
e ele
o homem que vaga
não para com o tempo
é luz e escuridão
é esgotado
e imensidão
possivelmente o impossível
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