sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

HEIDEGGER

Durante um estudo sobre este filosofo alemão escrevi esses três poemas a partir do contato com sua teoria.
Este homem brilhante e por vezes sombrio me fez refletir muito... espero que os faça também.




O SER

Seria o ser algo inanimado?
Já expressamente consolidado?
Ou seria algo ainda injustificado?
Eu sou. E você é?

Então sabemos que somos, mas não sabemos o que.
Somos seres que conhecem, que experimentam.
mas antes de tudo somos, existimos.

Aquilo que somos não nos cabe a palavras.
Palavras são, mas não podem dizer o que nós somos.
Somos seres.
Existimos.

Existimos por mera coincidência.
Existimos por uma insistência.
Existimos por não morrer.
Existimos apenas para ser.

Lucas Konigami.

O NADA

Ainda que o nada exista.
Este nada nada seria.
Nada nada.

O nada nada é.
Se é nada não poderia ser.
Se tudo pode ser desde que não seja nada.
Nada não pode ser.

Ser não seria nada.
Nada não seria um ser.
Somente nada seria ser.
Se o nada eu pudesse ver.

O que nos resta?
Apenas uma interrogação na testa.
Seria o nada então, uma mera negação.
Deste modo já seria uma afirmação.

Lucas Konigami.

ANGÚSTIA

Angústia?
Ou dúvida?
Somos tomados por sentimentos sem sentido
Os sentidos que não poderíamos sentir de forma racional.
Aquilo que nos tira duma orientação normal.

Se na angústia nos sentimos estranhos.
E o vazio toma conta de nós.
Poderíamos então estar conscientes?
Por o nada habitar o ente?

Suspensos em total indiscrição.
Apenas nos resta uma pequena solução.
Buscar por meio de palavras tortas.
Descrever o que possivelmente sente pessoas mortas.

Mas mortos sentem?
Resposta difícil por mais que se pense.
Apenas o não saber.
Poderia a resposta nos dizer.

O que fica em nós
É essa passagem que achamos angustiante.
Como chega vai embora.
Nos desabitando num instante.

Lucas Konigami.

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