domingo, 30 de setembro de 2012

cavanhaque


neste dia quente lhe vejo como sempre
seu vestido vermelho
seus cabelos ao vento
linda e reluzente
mas algo entre nós
um ponto sombrio como o desconhecido
um desentendimento
fica linda quando está brava comigo
está brava pois me odeia
e odeia porque me ama
sei exatamente como transformar
modificar esse ódio
e você já espera por meus atos
sabe que te vejo linda neste momento
sabe que suspender seus cabelos...
é um capricho seu.
que remexe com minhas pulsões mais íntimas
se revolta sempre que deixo o cavanhaque
sei que não gosta da barba em meu queixo
aliás...
sei que é por isso que me odeia agora
uma simples navalha resolveria tudo
mas gosto de lhe afrontar
sabe que quando levanta estes cabelos
sabe que a nuca exposta
sabe que este pescoço...
sabe o quanto me enlouquece
a única coisa que eu sei
e que você finge não saber
que ignora, por joguinho de sedução
é que minha barba por fazer
meu cavanhaque
te bota louca
quando sente meu queixo espinho
minha barba por fazer
roçando em seu pescoço
em seu colo...
suas pernas...
suas costas...
Quero ouvir você dizer que me odeia
quando sentir meu cavanhaque em sua nuca
navegando em seu corpo
Quero ouvir dizer que me odeia
quando deixar de senti-lo
e esperando meu próximo ato
aguardando meus movimentos
desejando meu cavanhaque
quero ouvir dizer que me odeia.
quando tremula lhe sussurrar em seu ouvido
coisas que ainda nem posso compreender
seu ódio vai virar desejo
seu desejo só se realizará
quando meu cavanhaque lhe tocar

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