segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

verdes

é um temor imenso
lidar com meus demônios
despertar aquele ser de olhos verdes
impregnado em minha memória
ela que por muito tempo
fez parte de meus sonhos e tempestades
me fazia delilar de sanidade
abandonar a maldade
soluçava poesia
bebia palavras doces
com uma voz sublime
quase sempre rouca
embalava meus sonhos
e cultivava minha admiração
aqueles olhos verdes
que me deixavam vidrado
em suspensão
num flutuar incessante
permanente
verdes que pareciam conversar comigo
diziam coisas lúdicas
sem qualquer sentido
mas me faziam parar
parar e contemplar
prendiam minha total atenção
sem me deixar piscar
pra não perder qualquer instante
aqueles olhos verdes
que me faziam lutar todas as noites
lutar com minha maluquice
lutar com minha maturidade
lutar com minha integridade
um dispertar muito intrigante
essa lembrança permanente
que por vezes se faz latente
resurge como nunca
e acaba com minha realidade

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