terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
alucinado
náufrago em seus olhos
mareados olhos
encantado por uma beleza imaginada
devoto de uma paixão
paixão que nem está
os perfumes flutuam as galáxias
seu cabelo preto
solto amarrado
os lábios rosa
Rosa
procurei você
nos meus mais sórdidos pensamentos
nos bares mais escondidos
nos mares mais longínquos
a cada passo
a cada laço
fiz novas lembranças
cada praia
cada pedacinho de miragem
sonhava você
o sal do mar
o sol nas ondas
seu pescoço arco-íris
as nuvens
deuses inexistentes
sei que não existe
mera criação de um alucinado
a construção devaneio
o vento
a maresia
a ressaca
corrompi meus versos
as palavras emudecem
os olhos corroem
o calor condena
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