precipitou-se
entregou-se ao insano
fugiu das anedotas
escreveu seus próprios versos
ao som de Iorc
coisa linda
caçou as mais felizes estrelas
postou no céu pensamentos
sem comentários
correu como um lunático
avistou as flores do asfalto
colheu algumas amarelas
fez um buquê
entregou a sua amada
se entregou
precipitou-se
fez se chuva
feroz como um gato
um gato de rua
caçou borboletas no jardim
nas entrelinhas
se escondeu
se perdeu
e assumiu seus pecados
um quindim amarelo
bromélias e lírios
encontrou-se
perto de uma esquina
onde a vida dobra
onde a vida repete
precipitou-se
sentiu um frio na barriga
os olhos fechou
os punhos serrou
e os dentes apertou
cresceu
ocorreu que não era tarde
devir
lhe empurrou novamente
decolou-o para baixo
precipitou-se
na renuncia
na busca
assumiu sua culpa
vestiu sua calça branca
foi recitar poemas no gramado
o ipê sorriu
o sol brilhou
precipitou-se
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