domingo, 3 de novembro de 2013

diga

diga vento
que a chamei de volta
diga a ela que a quis aqui
não sei falar sua língua, vento
mas se o respirar nos mantém tão próximos
este vento que ainda se mantém em meus pulmões
este mudo que assobia...

vento 
faça ela saber
que meus pensamentos ainda estão com ela
nos cachos dela que você acaricia 
nos seus pés que você refresca

vento, lhe invejo
lhe invejo por ser livre
livre e destemido

diga a ela, vento, que lhe fiz provar
que não há nada que não se possa ter
nem que seja imaginário como o vento
que se sente bater no rosto
só podendo ser visto com olhos fechados

digo a ti, vento, meu caro
que quando lhe soltar por aí
que leve a mensagem até ela
para que ela saiba

que assim como você, vento 
que caminha perseguindo os sonhos
eu a busco através de um papel
e meias palavras
como quem busca o horizonte
sem querer chegar ao pôr do sol

Nenhum comentário:

Postar um comentário