ela fecha os olhos para sentir o vento
sentir o vento remexendo seus cabelos
num instante se entrega para aquilo que não vê
passa a mão pela nuca...
reclina seu pescoço para tras
morde os lábios inferiores
quem sabe o que ela pensa?
será que há espaço para o pensamento?
ou será que ela apenas sente?
seus cabelos ganham vida própria
tornam-se calda de cometa
estrela cadente
mas ainda é tarde
tarde quente de verão
ela ainda sente o vento
ainda escuta a música da natureza
ela ainda pode desfrutar de alguns momentos
momentos particulares
íntimos
em uma plenitude descompromissada
sem ensaios
ela se despede de seu objeto de desejo
se despede da tarde
abraça a noite
a lua cheia
mas agora vai ao encontro do comum
segue sua mesmice
sem notar o valor daquele instante
instante agora passado
segue sua vida cotidiana
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