sábado, 26 de março de 2016

suor


tentei guardar o vento
cata-vento
queria sentir o frescor
queria a eternidade
mas o vento
o vento...

não há inspiração
não surgem os versos
como chuva imprevisível
tempestades em céu azul

as ruas ainda vazias
madrugada fria
o sol nascente
um copo de cerveja

algo que vive dentro
que tem seu próprio pensamento
nas vibrações
agitações
o corpo canta
letrados resgatam
os versos que correm nas sarjetas

quando o corpo transpira
os poemas escorrem pela testa
não controlamos nada
o vento necessário
ventilador intergalático

trocamos ideias
por signos ascendentes
tragédias por amores platônicos
realidade por carimbos no pulso

o vento
cavalo selvagem
é belo
é paraíso
por ser selvagem
domesticá-lo
é botar água no vinho

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