segunda-feira, 2 de novembro de 2015

brevidade

nos olhos do menino
na fragilidade de um corpo
vi toda a força do mundo
a morte não era temida
a vida era vivida
nas possibilidades de vida

na fraqueza delicada
na sutil pureza
escutei na fala do menino
a coisa mais profunda
a mais bela verdade instantânea

quantos anos precisamos
quantas vidas tocamos
para entender a vida
o menino precisou de poucos
poucos breves anos
para saber o que muitos
muitos nunca entenderão
mesmo vivendo dez décadas

quanto dura a vida
quanto é dura a vida
ceifeiros rondam na alvorada
a vida
delicada vida
desaparece em um sopro
em um suspiro
a vida dura o tempo exato
o suficiente

na brevidade da vida
aquele curto instante
foi suficiente para ser eterno
eterno na memória
na saudade
no aprendizado

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