domingo, 21 de junho de 2015

chuva

quando ouviu os trovões
quando as nuvens se fundiram
sentiu os pingos da chuva
deixou-se molhar

mesmo com certo medo
entregou-se ao encanto do inconcebível
permitiu-se
fechou os olhos
sentiu a vida
viu que não há mal algum
não há mal algum em se molhar

deixou o guarda chuva em casa
não precisou correr
não precisou fugir
mesmo feita de açúcar
deixou-se derreter

em meio a correria
se viu em paz
em paz consigo mesma
sentou-se para sentir o mundo
encontrou-se
encantou-se

adocicou os olhares
parou o tempo
os instantes ainda perversos
não a faziam estremecer
o doce molhado momento
se fez pintura borrada e bela
nebulosa
misteriosa
inspiradora

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