não há como negar
sou como qualquer Narciso
tenho meus vícios e virtudes
carrego as marcas do tempo
as lamentações de um passado
a esperança de um futuro
o que gosto
sei bem
meus olhos me condenam
ela sabe o que eles querem
ela consegue decifrá-los
sabe o que sinto
o que penso
e eu gosto tanto disso nela
gosto do jeito sereno dela
do caminhar macio
da voz mansa
dos olhos dela nos meus
nossos pequenos olhos
os meus menores, claro
amo o jeito acolhedor dela
me sinto seguro
tranquilo
quando estou junto dela...
sinto também
um bocado de desejo
gosto quando ela fecha os olhos
toda vez
toda vez que colo o meu rosto
ao rosto dela
a sua respiração
seu corpo quente
frio
quero sempre o riso dela
sua risada imporvável
incontrolável
seu sorriso branco
que carrega a sinceridade
de qualquer brisa de inverno
gosto de acariciar os cabelos dela
sentir seu cheiro
beijar sua orelha
mesmo que ela não goste
desta e de tantas coisas minhas
vou aprender com o tempo
gosto dos pés dela
da sua flexibilidade
para algumas coisas
de seus princípios
fincados na rocha
tão coerentes
quanto sem sentido pra mim
gosto do interesse dela
admiro sua capacidade
sua inteligência
sua ingenuidade quase invisível
e a humildade de viver
e gostar das coisas simples
fico vidrado no pescoço dela
não sou nenhum vampiro
eu acho
mas há algo ali
algo do campo do inexplicável
enlouqueço ela
toda vez que a imito
um movimento
que tanto gosto dela
gosto dela
e tudo que ela me traz
do encaixe no meu abraço
meus suspiros
nosso respirar
nosso respeitar
este e tantos outros
tantos outros versos
que compus
e que ainda estão por vir
são agora
e sempre
dela...
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