quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

auto-escrita

sentado à beira de um abismo de pensamentos
coçando meu cavanhaque
materializando coisas que o pensamento equivocado
que ele mesmo deixou passar desapercebido
traçando planos para um futuro breve
planos e planejamentos
queria descobrir o futuro sem ter que sentir dor depois
a dor de pensar que o futuro vivido já não é futuro
é um passado que já não volta
vou em frente
penso à diante
volto
regresso
permaneço
continuo numa jornada de instantes

ainda com a mão no queixo
penso coisas sem mesmo pensar
sem pensar?
sem refletir, que seja
botei pensamentos onde não deveriam estar
chamei de minhas coisas sem dono
mas não havia outra saída
não sabia outro jeito
como vagar em pensamentos livremente
preso em meus proprios pensamentos
se penso...
são meus
mas em sanidade com muita certeza não pensaria
não seriam meus de fato.

queria escrever algo belo
ao menos interessante
não queria me escrever em versos
queria fugir de mim
mas me vi preso àquilo que nem sei ao certo
me vi preso a um sujeito que sou
o que fazer?
não fazer?
uma tentativa seria como não se entregar às circunstancias
uma tentativa
aqui está ela
certa ou errada
que seja
ela
devagante
alucinante
auto-escrita

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