domingo, 13 de janeiro de 2013

descalço

meus pés descalços pisam o chão de terra
afagam aquela que me devastou
me movo agora para um destino de ninguém
um caminhar sem rumo
deixei meus sapatos onde não posso mais alcançar
coloquei os pés no chão
e numa lucidez irônica
finjo ter a liberdade de minhas escolhas
corro sem saber pra onde
luto com inimigos imaginários
converso com as estrelas
estou numa vastidão
quase que sem saída
estou agora cuidando da minha própria vida
sei que não sou tão tolo
talvez isso me impeça
de ser aquele que realmente sou
afinal quem realmente podemos ser?
meus pés derrubam ervas daninhas
meus dedos tocam as flores
mas ainda assim estou sem destino
viajando em círculos
ainda vejo meu passado se confundir com meu futuro
mas ainda assim
vejo o sol se por
e os dias passarem
com a esperança que um dia eu veja o mar
e em suas águas salgadas
deixarei as ondas levarem meu passado
navegarei rumo ao sol nascente
em busca de um destino
destino para meus novos passos

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