sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

terra

a terra nunca para
mesmo imovel ela se dispara
a terra nunca descança
para qualquer um, um motivo de esperança
a terra segue em frente
sob o sol escaldante
faz brotar a semente

a terra nunca tem folga
lhe entopem de adubo para ver se lhe empolga
as terras vermelhas paulistas
precisam fazer da cana suas unhas postiças
a terra solo fértil
precisa ser a todo tempo util

sobre as terras do interior de cá
um tapere verde se faz brotar
das florestas que tomou o lugar
um chão automático sem razão
faz se de um tudo para a produção

estou passando com meu automóvel
observando a cana imóvel
como cresce sem meu cuidar
faço dela fumaça ao acelerar
escraviso o solo do meu estado
para poder cruza-lo sentado

não vejo razão para tanta plantação
mas não deixo de prestar a atenção
em minha aceleração
reclamo da devastação
mas ainda uso o carro para comprar o pão
na padaria da esquina no João

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